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Dia da Poesia


Uma vez que ontem foi o dia da poesia, aproveito para fazer uma vénia a António Lobo de Carvalho, poeta satírico vimaranense, do séc. XVIII.


Olhai, cações, vós andais
comigo muito enganadas;
se não dizei-me, rafadas,
com quem é que vos pinais?
Com alguns, que nos Guardais
vos mandam dar poucos cobres;
eu cá tenho moças nobres,
que andam sempre a ganho e perda;
e vós um dardo; ide à merda,
putas velhas, putas pobres.

Taipas Cultural


Agora, o Taipense tem acesso a programas culturais como nunca teve, num raio de 25 quilómetros temos três pólos com programação vasta e frequente, falo do C.C. Vila Flor em Guimarães, do Theatro Circo em Braga e da Casa das Artes em Famalicão, e se aumentarmos a linha para 50 quilómetros temos a Casa da Música do Porto (para além de todas as outras casas de espectáculos da Invicta). Portanto, não nos podemos queixar da falta de oferta à nossa roda. Mas, e nas Taipas, haverá gente com sede cultural? E espaços, há?Vou começar pelos espaços, Taipas tem um auditório com cerca de 220 lugares sentados, infelizmente parado (ou quase), a apodrecer. Teve durante os últimos dois anos uma sala que funcionou como “filial” da galeria Gomes Alves, em algumas exposições e mostras, mas também serviu a Vila com alguns eventos locais, como por exemplo para o lançamento da Revista Alumni Magazine ou a exposição e entrega de prémios do concurso de fotografia da Ass. dos antigos alunos da Escola Sec. Das Taipas, e que deu lugar recentemente a uma entidade bancária. Tem o antigo mercado, que nas últimas Autárquicas foi arma de todas as listas, que com remodelações e aperfeiçoamentos seria o “centro cultural das Taipas”, ou “casa das artes das Taipas” ou lá o que lhe quisessem chamar, era só mudar a cor do partido, mas para já só lá há “vida” em tempo de S. Pedro. Tem a nascer um centro paroquial com um auditório para 800 pessoas e com uma sala secundária com 80 lugares sentados. Vejamos, enquanto os espaços que haviam fecham, um outro nasce, com dimensões gigantescas (em relação aos anteriores). Embora o centro paroquial, não sendo propriamente uma casa cultural (certamente mais virado ao culto religioso), não deixa de ser um espaço a ter em conta.Será que as salas que tínhamos fecharam por falta de público, por falta de eventos? Ou foram outros motivos, que nada têm a ver com a sede de cultura da comunidade taipense? Será que o centro paroquial vai ter o mesmo destino das outras salas, ou o facto de ter a Igreja como gestora do espaço fará com que tenha uso regular?Quanto às pessoas, é visível que nas Taipas sempre houve predisposição para a criação artística, principalmente em termos musicais, e disso acho que não há dúvidas, mas será assunto para uma próxima intervenção. Tal se pode constatar com o aglomerado de bandas (incluindo a filarmónica) e músicos existentes na Vila, mas e o resto? Temos uma biblioteca, bom, mas não tem gente, excepção feita ao serviço educativo, e temos uma feira do livro por altura das festas da Vila, onde a adesão também deixa a desejar.Será que Taipas quer mais cultura? Que há massa humana interessada? É difícil perceber, na minha opinião é mais curiosidade do que sede cultural, é mais para ver o que se passa e quem está presente do que propriamente para degustar um espectáculo.




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